quinta-feira, 30 de abril de 2020

Brasil - O país do Futebol?

Todos os brasileiros nasceram sabendo que o Brasil é o chamado “País do Futebol”, mas na grande maioria das vezes esse fato é interpretado da maneira incorreta, será que somente o futebol existe no país? A resposta para isso é não, mas é o único esporte bem valorizado pela nação.

O Brasil é um país com diversos tipos de etnias; pessoas; opiniões e gostos pessoais, isso nunca foi segredo para ninguém, mas os brasileiros não agem de maneiras diferentes por pura ignorância em um aspecto em especial, o esporte.

O futebol, além de ser o mais praticado, é o esporte com mais investimento no país, isso não é nenhum erro, mas esportes como o handebol, que tem um baixo reconhecimento no país acabam ficando sem esse investimento e isso faz com que o mesmo seja desvalorizado e ignorado pelos brasileiros em sua maioria.

Em países da Europa, como por exemplo Macedônia, Espanha, França, Alemanha e Dinamarca o handebol é muito reconhecido e valorizado como um dos esportes mais amados, e em algumas dessas nações, o futebol também tem a sua importância, e isso é um sinal de que no Brasil esse equilíbrio também é possível.

Pode-se mostrar a desvalorização do handebol com um exemplo na seguinte manchete: “Brasil termina seu melhor Mundial Masculino de Handebol em nono lugar”, essa matéria foi publicada no jornal “Super Esportes” no ano de 2019, muito provavelmente você, caro leitor, estava acompanhando a TV quando a triste derrota do Brasil contra a Bélgica na Copa do Mundo de 2018 aconteceu, mas, onde estava você quando o Brasil atingiu a melhor colocação de toda a sua história no handebol, como o nono melhor time do mundo em 2019 (baseado no ranking da competição)?

De acordo com uma pesquisa realizada através de um formulário de perguntas e respostas do Google por Lucas Amato Barbosa, o próprio criador e escritor deste blog, 12 pessoas de um grupo de 43 participantes afirmaram que já concordaram com estereótipos contra o Handebol sem sequer jogar o esporte e analisá-lo, esse número resulta em 27,9% dos participantes do teste. Dessas 12 pessoas, 5 afirmaram que se arrependeram de terem concordado com esses estereótipos depois que começaram a jogar o esporte ou começaram o acompanhar. O grupo escolhido para a pesquisa tinha uma predominância de jogadores e amantes do Handebol.

Além da pesquisa, foi realizado um bate-papo via “Whatsapp” com Enrico Fraia Prado, o criador da página “7MHandeboltotal” nas redes sociais atualmente com 44 mil curtidas no Facebook, 58,6 mil seguidores no Instagram, 890 seguidores no Twitter e 944 inscritos no Youtube. A página foi sem dúvida essencial para o reconhecimento e valorização atual do Handebol que, apesar de ainda pequeno, vem aumentando por conta da tecnologia.

A página divulga informações sobre o mundo do handebol, horários de jogos, transferências de jogadores, melhores momentos de jogos específicos, entrevistas com jogadores ou seja, tudo o que um fanático pelo esporte gosta de ver. Contudo, você já imaginou porque Enrico criou a 7MHandeboltotal? E como era o Handebol da sua época, quando era mais desvalorizado do que hoje? Bom, você verá a seguir, com Enrico Fraia Prado, de acordo com suas próprias palavras:

"Lembro-me do primeiro treino de handebol ainda na escola, perto dos meus 11 anos de idade. Não por escolha mas por proximidade, uma vez que o futsal era realizado em outra unidade, lá fui eu. 

Nunca havia arremessado um bola ao gol, mas sempre muito incentivado pelo meu falecido pai às práticas esportivas no primeiro chute parece que meu corpo, por osmose, realizava a mecânica necessária para que já de cara tivesse êxito. Pela primeira vez na vida, fazia algo feliz e que gostaria que não acabasse (parafraseando o filósofo Clóvis de Barros)! Sai da quadra com sorriso no rosto, elogiado e garrei gosto!  

Os treinos foram acontecendo e a cada um, entendia e aceitava que o handebol faria parte integral e decisiva em minha vida. Os amistosos foram sendo marcados, os campeonatos acontecendo, as vitorias e históricas medalhas para a escola estampavam a alegria em mim. Até que no início de 1992 um amistoso contra o colégio OEMAR, na casa deles, ganhamos de 11x10 e fiz os 11 gols do time.  

Fominha ou não, já estava apaixonado pelo handebol e ao final do jogo meu técnico chamou meu feliz pai e disse que eu precisava ir para um clube. 

Comecei a treinar em clube e o handebol ganhou outra dimensão. Entendimento de jogo, parte cognitiva, habilidade, força, precisão nos arremessos ... tudo melhorou!! Vieram as amizades! 

Garotos dos colégios rivais próximos estavam lá e a rivalidade se transformou em família. Em meu primeiro ano como atleta federado, veio o título de campeão paulista invicto como infantil. 

Repetimos o feito também nos próximos três anos. Exatamente. Foram quatro anos sem perder um jogo se quer!!

A essa altura já estava totalmente entregue. Não usava outra roupa que não fosse de handebol, dormia com tênis e fazia bolas de meia para arremessar no armário do quarto. Enlouquecido! 

Os convites de colégios e faculdades começaram a surgir e comecei a ganhar bolsas de estudos. Foi assim no final do colegial, na faculdade e na Pós Graduação. Sempre graças ao handebol. Já mais velho, perto dos trinta resolvi fazer MBA e obviamente procurei o time de handebol da faculdade. Treinos aqui, jogos ali e algumas festas de confraternização entre os naipes (masculino e feminino) conheci minha atual esposa e mãe do meu lindo filho!! Olha outro e maior presente que o handebol me trouxera.  

Final de 2014 e viciado em handebol, comecei a pensar: “Olha o que o handebol me deu. Estudo, amigos de mais de 25 anos e uma família. COMO PODERIA EU MINIMANENTE RETRIBUIR À ELE? 

Aprofundei-me aos pensamentos: Qual era a principal carência do esporte no Brasil ou quais eram as tais carências? Analisando, pesquisando, veio da ideia de montar um canal de notícias. Uma revista eletrônica aonde todos os também apaixonados pela modalidade pudessem de forma canalizada saber tudo ou quase tudo de mais relevante o que acontece no handebol nacional e internacional. Informação! Informação de dentro e fora de quadra, curiosidades e principalmente notícias sobre os principais atletas brasileiros que atuam dentro e fora do Brasil. 

Aproveitando o início do mundial masculino adulto no Qatar em janeiro de 2015, surgiu a plataforma de notícias “7M HANDEBOL TOTAL”. Uma revista eletrônica independente com informações e opiniões, 100% especializada que tenta de todas as formas elevar o nível da modalidade no Brasil, com muito amor e profissionalismo. Após cinco anos de vida, a 7M é uma marca conhecida e respeitada por atletas e adeptos por todo mundo. 

Meu nome é Enrico Prado, essa é minha história no handebol, (escrito pela vigésima vez) e a 7M foi uma forma que encontrei para devolver ao Universo tudo que o esporte fez e ainda faz por mim."

Pode-se concluir que, até mesmo através da história contada por Enrico é mostrada uma batalha contra essa desvalorização do esporte que só vem crescendo em relação à quantidade de adeptos, e por outro lado vem decaindo em relação ao investimento em dinheiro e reconhecimento no cenário do esporte brasileiro.

Agradecimentos: Enrico Fraia Prado, idealizador, criador de conteúdo, dono da revista 7MHandebolTotal